Acordei de madrugada, com a sensação de que algo estava mal. Rapidamente, alinhei as preocupações básicas: Abri os olhos, nenhum dos meus filhos estava ali de pé a chamar-me e tinha a certeza absoluta de que nenhum deles tinha gritado por mim. Não me cheirava a fumo, sabia que nada fora do normal tinha ficado ligado à electricidade. Ninguém tocara à campainha e o telemóvel estava mudo, por isso não havia problemas com a família ou na biblioteca... e então soube o que era. O Sporting perdeu o jogo que não podia perder. A cara desalentada de Domingos Paciência encheu-me outra vez os olhos.
E no entanto, foi esse instante de desalento, o momento em que dentro da cabeça de Domingos tudo fervilhava na procura de soluções, de caminhos, que tive outra vez uma daquelas inabaláveis certezas, igual à do jogo contra o Paços de Ferreira, em plena tasquinha do Sporting (aqui na feira local) cheia de adeptos que desanimavam enquanto eu, tomada de uma tranquilidade a que já não estava habituada, encolhia os ombros e dizia "Não sei porque estão assim. Já disse que vamos ganhar 3-2, eles já fizeram a parte deles, nós agora vamos fazer a nossa." E assim foi. E assim será agora. Batemos no fundo, a pique e inesperadamente. Quinta-feira vamos recomeçar a ganhar e vamos vencer vários jogos, sem sobressaltos.
Não podemos estar contentes com os resultados actuais da equipa, mas como dizia o Domingos no princípio da época, «... é passado, não podemos mexer. Mas podemos mexer no futuro, vamos ganhar». É preciso continuar em frente. Apelo aos adeptos para não desistirem, para mostrarem a sua habitual fibra e o apoio inequívoco ao clube e ao treinador. Quinta-feira, quem puder, deve estar em Alvalade e levar na sua voz todos os que estão longe.
Nota: A propósito, ouvi uns rumores sobre a realização de um jogo (creio que no dia 29) às 17h00. Espero que seja verdade, porque seria uma boa oportunidade para fazer 500 km e juntar-me a todos os que se honram de gritar bem alto o nome do Sporting.
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